sábado, março 31, 2007

Fim da 1ª temporada de Gilmore Girls

Depois de uns dias intensos de Lorelai Gilmore, eu finalmente terminei a 1ª temporada de Gilmore Girls e já estou na metade da 2ª temporada.

O ponto positivo de começar a assistir uma série que está na 7ª temporada e saber que mesmo que você se dedique exclusivamente a assistir episódios 24 horas por dia, o que não é o meu caso infelizmente, você precisaria de vários dias para alcançar os mais viciados.

Isso me garante episódios por vários meses.

Assim como alguns amigos, eu também gosto de ver a abertura das séries, as 350 milhões de vezes que eu assisto um episódio, ainda mais quando é uma música legal, como o caso da abertura de Gilmore Girls.

Uma dúvida que eu tenho em relação ao Box: Será que tem como descobrir quem é a pessoa que dubla a personagem Lorelai Gilmore?

Eu simplesmente AMO a voz daquela mulher. É a mesma pessoa que dublou a Paola Bracho da Usurpadora e outros vários personagens de filmes e séries dubladas. Queria muito conhecer essa mulher e pedir pra ela gravar uma mensagem pra mim. Assim poderia ouvir e pensar que era a Gabriela Spanic ou a Lauren Grahan ou... ou.... ou....

Se alguém souber que é a pessoa, e-mail, telefone pra contato, perfil do Orkut... essas coisas... queria saber quem é.

Where You Lead

Loving you the way I do

I know we’re gonna make it throught

And I would go to the ends of the earth

Cause, darling, to me that's what you're worth

Where you lead, I will follow

Anywhere that you tell me to

If you need, you need me to be with you

I will follow, where you lead

If you're out on the road

Feeling lonely, and so cold

All you have to do is call my name

And I'll be there on the next train

Where you lead, I will follow

Anywhere that you tell me to

If you need, you need me to be with you

I will follow, where you lead

quinta-feira, março 29, 2007

Lauren Graham

Adeus Eva Longoria, minha nova musa das séries americanas é a Lauren Graham, a Lorelai Gilmore (mãe) de Gilmore Girls.

Da pra acreditar que ela fez 40 anos na semana passada?

Leis de Murphy

Quem me conhece um pouco já deve ter me ouvido dizer uma frase, quando estou muito irritado, sempre que eu chego na parada e perco o ônibus que acabou de passar:

“Um dia eu ainda vou sapatear em cima do túmulo do Murphy”

Ainda têm as versões da frase, que trocam o verbo de acordo com o meu (mau) humor, que é dançar lambada, frevar ou coisas desse tipo, todas em cima do túmulo do Murphy. Isso tudo por causa das malditas Leis de Murphy que dizem que o que tem de acontecer errado no seu dia, vai acontecer.

Eu sempre quis saber quem era Murphy e resolvi fazer uma pesquisa. Vejamos o que eu descobri com a ajuda da Wikipédia.

Major Edward A. Murphy Jr (1918 - 1990) (foto) foi um engenheiro aeroespacial americano que trabalhou em sistemas de segurança críticas e é mais conhecido pela Lei de Murphy.

Nascido no Panamá em 1918, Murphy era o primogênito de cinco crianças. Depois de freqüentar a escola secundária em Nova Jersey, ele foi para a Academia Militar dos Estados Unidos no Oste, se formando em 1940. No mesmo ano ele aceitou uma comissão no Exército dos Estados Unidos, e tornou-se piloto de treinos do Exército Aéreo Americano em 1941. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele serviu no Teatro do Pacífico na Índia, China e Birmânia, alcançando o grau de Especialização.

Com o fim das ofensivas, em 1947, Murphy serviu ao Instituto de Tecnologia da Força Aérea dos Estados Unidos, tornando-se Oficial Wright de R&D no Centro de Desenvolvimento Aéreo da Base da Força Aérea de Wright-Patterson. Foi aqui que ele foi envolvido nas experiências de alta velocidade, num trenó com foguetes que conduziram-no a desenvolver as bases da Lei de Murphy.

O próprio Murphy estava sentindo-se infeliz com as notícias da má interpretação da lei dele. Murphy considerou a lei como esclarecimento de um princípio fundamental de desígnio defensivo, em qual deveriam assumir sempre a pior dos acontecimentos. Murphy foi dito pelo filho dele ter considerado as muitas versões patéticas da lei, sendo "ridícula, trivial e errônea", as tentativas mal sucedidas dele para ter a lei levada a sério, fazendo-lhe assim mais seriamente como uma vítima da própria lei dele.

Durante os anos sessenta, ele trabalhou na segurança e sistemas de apoio de vida para Projeto Apollo, e terminou a carreira dele com trabalho em segurança de pilotos e sistemas de operação computadorizada no helicóptero apache. Ele morreu em 1990.

A primeira Lei de Murphy diz que:

1. Se há duas ou mais formas de fazer alguma coisa e uma das formas resultar em catástrofe, então alguém a fará.

Era, então, um princípio de design defensivo. Por exemplo, não faça uma ficha de dois pinos simétricos e ponha o rótulo "Este lado para cima"; se realmente importa o lado pelo qual ela deve ser ligada, então você deve criar um design assimétrico para que ele não possa ser ligado erroneamente.

Edward A. Murphy foi um dos engenheiros que trabalhavam nos experimentos de foguetes que estavam a ser feitos pela Força Aérea Americana (USAF), em 1949, através do projeto MX981, para testar a tolerância humana à aceleração.

Um experimento envolvia um conjunto de 16 acelerômetros montados em diferentes partes do corpo de uma pessoa-teste (uma "cobaia"). Havia duas formas pelas quais cada sensor podia ser colado em sua base e somente uma era a correta. De acordo com a lei das probabilidades, todos foram as 16 peças foram fixados de maneira errada. Murphy então realizou pela primeira vez esse pronunciamento. Tal pronunciamento foi citado pela pessoa-teste Major John Paul Stapp em uma conferência de imprensa alguns dias mais tarde.

Dentro de meses a Lei de Murphy tinha se espalhado por várias culturas técnicas ligadas à engenharia aeroespacial. Antes que se passassem alguns anos, muitas variações da lei foram criadas pela imaginação popular. A maioria dessas modificações são do tipo:

"Se alguma coisa pode dar errado ela vai dar errado"

ou

"O pão sempre cai com a manteiga para baixo"

Não é de morrer de raiva quando a gente perde o ônibus? Onde mesmo será que ele foi enterrado?

terça-feira, março 27, 2007

Títulos de Dissertações

Eu estava na comunidade “Mestrado Gera Traumas?”, lendo um tópico “Qual o título da dissertação mais viajante?”, e vejam os títulos das dissertações que estão sendo desenvolvidas no Brasil.

Aos autores, desculpem a utilização dos títulos de suas dissertações. Por favor, encarem isso como uma propaganda.

Acho que os meus amigos da Meiofauna podem contribuir com grandes pérolas nesse tópico, não é mesmo dona da endotokia matricida?

Selecionei os 10 mais interessantes, os últimos são os melhores:

10.

"A alteração da Dinâmica Figura-Fundo, na compreensão da relação Psicossomática do Órgão de Choque, uma Visão da Gestalt-Terapia"

09.

"Sensibilidade às condições iniciais de geodésicas de superfícies de curvatura negativa: um teorema de Hadamard."

08.

"A Coluna e o Caminho: tempo e espaço em uma pequena cidade calabresa"

07.

"O Malón de 1801: a guerra das laranjas e suas implicações na América Meridional. "

06.

"O Sentido na rua, no meio do redemoinho: espessuras e sinfonia atravessada nos entremeios de coberturas telejornalísticas em torno do funeral de Mário Covas"

05.

"Modelagem de Arquiteturas Reconfiguráveis utilizando Espaços de Chu"

04.

"Avaliação da influência do comportamento materno-filial sobre a sobrevivência de ovinos de corte até o desmame" AMÉM!!!

03.

“A influencia do galho seco na vida esportiva do macaco”

02.

"O ponto de congelamento da superfície do buraco negro"

01.

"A química da caramelização de um pudim de casca de banana"

segunda-feira, março 26, 2007

A Dança da Galinha Azul

Hoje eu me lembrei de uma música que faltou na Trash Dance Miguio’s Fest, a música da Dança da Galinha Azul. Eu sabia toda a coreografia e me lembro que as vezes dançava quando assistia o programa “Viva a Noite”, no SBT.

Quem tiver mais de 20 anos e disser que nunca cantou essa música vai estar mentindo. Era o jingle do Caldo Maggi, o caldo nobre da Galinha Azul.

De leste a oeste,

De norte a sul,

A onda é a dança da Galinha Azul.

De leste a oeste,

De norte a sul,

A onda é a dança da Galinha Azul.

Tem um pouco de salsa, tem.

Tem um pouco de conga, tem.

Seu tempero é mágico e é fácil de aprender.

Bata as asas, dê uma ciscadinha,

Bata as asas, e uma pitadinha.

Có, có, có

Có, có, có, có, có

Có, có, có

Có, có, có, có, có

Galinha Azul

Có, có, có

Có, có, có, có, có

Có, có, có

Có, có, có, có, có

Galinha Azul

Caldo Maggi, o caldo nobre da Galinha Azul.

sábado, março 24, 2007

Novo nome

Eis que, em plena sexta-feira a noite, eu, no sossego do meu lar, recebo um scrap da Elisabeth Córdula, uma amiga minha taxonomista que trabalha com a família Leguminosae, que dizia o seguinte:

Oi Marcos,

Tenho uma notícia quentíssima pra ti.

Tchan, tchan, tchan, tchan...

Bocoa não é mais Bocoa. Mudou de nome!

Mas só conto quando chegar de Feira de Santana.

Beijo

Bem, deixe-me explicar a história.

A espécie principal da minha dissertação se chama (ou chamava) Bocoa mollis (Benth.) Cowan. É uma espécie que pertence à família Leguminosae e é popularmente chamada de pau-de-brinco por ser utilizada na confecção de bijuterias.

A Elisabeth, como eu já falei, é taxonomista e trabalha com a família Leguminosae. Ela está passando uns dias em Feira de Santana – BA, fazendo um trabalho com o Dr. Luciano Paganucci de Queiroz que é especialista na família Leguminosae e trabalha com plantas da Caatinga. Certamente ela descobriu isso lá com ele.

Agora a pergunta que não quer calar: Quem mudou o nome da espécie que eu trabalho? Por quê? Qual é o novo nome dela?

Só me resta aguardar a Elisabeth voltar da Bahia.

Volta logo Elisabeth!!!

Ps. Brunão e Laura, vou ter que pichar o viaduto novamente com o novo nome (piada interna).

segunda-feira, março 19, 2007

Um passeio pela Terra dos Altos Coqueiros

Ufa... depois de 6 dias seguidos de viagens por várias cidades do estado de Pernambuco, eu finalmente cheguei em Recife.

A semana começou bem na terça-feira quando Keyla me chamou pra ir com ela procurar uns fragmentos de Mata Atlântica em uns engenhos nos municípios de Vicência e Aliança. Andamos uns 200 quilômetros (ida e volta) e praticamente não achamos nenhuma população de pteridófita pra Keyla trabalhar no mestrado.

Na quinta-feira, eu peguei uma carona com a excursão da disciplina Ecologia Tropical da professora Jarcilene e fui passar 2 dias em Buíque, observando as minhas sementes que resolveram germinar depois de 6 meses do inicio do experimento. A excursão foi divertidíssima! Metade dos alunos falava francês (alunos do Canadá) e Fernanda contando as histórias dos nomes das cidades (tudo mentira) e ensinando português errado pra alguns... acho que ainda deve ter algum canadense chamando alguém de “tabacudo” e achando que é um elogio. E pra explicar o que era “caralho” ? Foi engraçado! Mais uns 600 quilômetros (ida e volta).

Finalmente no sábado, domingo e hoje, eu estava em Serra Talhada (foto), acompanhando Wal e Laura nas coletas delas. Aproveitei e trouxe um monte de frutos pra Larissa que vai ficar muito “feliz” quando receber o presente de grego que eu trouxe. Muita conversa, risadas, comida gostosa, musicas estranhas e mais 900 quilômetros.

Somando tudo, eu andei uns 1700 quilômetros por Pernambuco e adorei a semana. Agora é voltar ao trabalho com o meu solo.

Jarcy, MUITO OBRIGADO pela carona!!!

Vicky e Gal, desculpa a ausência no aniversário de vocês. Vocês me perdoam? Parabéns!

terça-feira, março 13, 2007

Livin' La Viagem Loca

Hoje o dia começou bem. Estava eu ouvindo música no MP3 que minha amiga Alba me emprestou e de repente começa a tocar a música Living La Vida Loca, do Ricky Martin.

Eu me empolguei. Muito mesmo.

Com o meu “embromation”, comecei a cantar a música e dançar igual ao Ricky Martin no clipe. Isso não seria nenhum problema se eu estivesse em casa sozinho, como geralmente eu faço (porque eu sempre interpreto as musicas quando estou cantando sozinho no meu quarto), mas durante a minha performance “rickymartiana” eu escutei um barulho de uma mão batendo na porta e gritando: “Vai descer motorista!”

Foi só então que eu me toquei que eu estava cantando e dançando dentro do ônibus Barro Prazeres Via Jordão.

Na hora eu fiquei muito, mas muito desesperado. Meu olho encheu de lágrimas, o coração disparou e a minha vontade era de não estar ali. A situação piorou quando eu olhei a minha volta e as pessoas que estavam sentadas (eu estava em pé) próximos de mim estavam olhando com uma cara muito espantada sem saber o que estava acontecendo. Acho que pensando que eu era um maluco.

A minha vontade era descer no ônibus, mas eu não podia. Tinha marcado com Keyla as 08:00 na UFPE (viajamos hoje para coleta do mestrado dela) e eu já estava atrasado e não podia descer e esperar outro ônibus.

A única coisa que eu fiz foi fechar os olhos por uns 10 segundos e rezar pra chegar logo no terminal. Mas infelizmente, depois dos 10 segundos que eu fechei os olhos, o ônibus ainda estava parado no mesmo lugar e demorou uns 15 minutos para chegar no terminal do Barro.

Antes de descer eu ainda ouvi da moça que estava ao meu lado: “Essa música é legal, né?”

E eu morrendo de vergonha e com o sorriso mais amarelo que eu podia estar, disse: “É mesmo. Quer ouvir?”

Mas ela já ia descer logo na parada seguinte e não podia compartilhar do meu mico.

Eu apronto muito, faço muita merda e passo muita vergonha, mas eu acho que isso pode ser escolhido como o Mico de 2007. Espero não me superar mais esse ano. Sou o próprio Ricky Martin do Jordão Baixo.

segunda-feira, março 12, 2007

Férias na casa das avós

Nesse final de semana eu acordei pensando nas minhas avós, que infelizmente não estão mais vivas. Isso me fez lembrar de muitos momentos da minha infância, quando eu ia passar as férias em Osasco – SP, minha cidade natal (sim, sou paranaense de mentira) na casa da minha avó Alzira e de todas as comidas que ela fazia.

Nunca consegui tomar um chá tão gostoso como o que ela fazia. E o pão doce? E o doce de gelatina colorida? Na verdade o doce de gelatina quem fazia era minha tia Nair. Sem falar nas festas de Natal e Ano Novo que todos os Meiados e agregados iam pra casa dela e era tanta gente que ela usava a gaveta da geladeira (aquela que geralmente fica na parte de baixo pra guardar as verduras e legumes) pra temperar o pernil da ceia.

Minha outra avó, Lia, que morava em Leme - SP, também fazia várias coisas que eu adorava e só comia na casa dela, porque eram as melhores, como por exemplo arroz doce, e bolo de coca-cola. Todo mês de janeiro, próximo do meu aniversário, eu sabia que ia comer bolo de coca-cola! MUITO BOM!

Então, como infelizmente não tenho mais as minhas avós e a minha mãe e irmã, coitadas, são desprovidas de dotes culinários (e meu pai que sabe cozinhar está um tanto quanto longe), eu resolvi ir pra cozinha e preparar algumas coisas que me faziam lembrar dos bons momentos das férias.

Comecei pela gelatina colorida. Segue a receita:

Gelatina Colorida

4 pacotes de gelatinas (sabores e cores diferentes)

1 gelatina sabor morango pro creme

1 leite condensado

1 creme de leite

Modo de Preparo:

Prepare as 4 caixas de gelatina separadas de acordo com as instruções das embalagens. Corte em quadradinhos e reserve. Bater no liquidificador, o leite condensado, o creme de leite e a gelatina sabor morango dissolvida em 1 copo de água fria e 1 copo de água quente, por aproximadamente 5 minutos. Misturar este creme na gelatina colorida. Mexer e levar para gelar novamente.

A próxima sobremesa será o bolo de coca-cola. Saudade da minha família e dos bons momentos que passei durante a minha infância. Aquela velha frase “a gente era feliz e não sabia” serve bem pro momento. Eu sei que eu aproveitei muito essa época, mas da pra voltar no tempo?

quinta-feira, março 08, 2007

Lançamento do Livro CAATINGA

Muito chique esses meus professores!

A Dra. Jarcilene Almeida-Cortez, que inclusive visita meu Blog as vezes, vai lançar, no dia 09/03/2007, um novo livro sobre a Caatinga que eu nem preciso dizer que é o Ecossistema que eu mais admiro!

O lançamento será na A & P Cursos, Rua João Fernandes Vieira 543, Boa Vista.

Para maiores informações ligar para 32315033.

Quem puder compareça!

Quero o meu exemplar com autografo!

Parabéns Jarcy!

domingo, março 04, 2007

Lira at home

Depois de passar uma temporada na Europa, minha amiga chique Vivi’s Lira deu a honra da sua companhia e passou uma tarde aqui na minha humilde casa brasileira.

Assistimos dois filmes cheios de “conteúdo”, Epic Movie e Borat.

Comemos um monte de porcarias incluindo chocolates Belgas (podre de chique) e depois, seguindo nosso vício em comum, o episódio 15 de Desperate Housewives.

Lira, adorei a tarde. Venha mais vezes na minha casa!

sexta-feira, março 02, 2007

Riachuelo

Engraçado. Agora pouco estava lendo o Blog de Bruninho e o post dele de domingo me fez lembrar uma época bem diferente da minha vida, onde eu convivia com pessoas extremamente diferente de mim, passava o dia fazendo coisas extremamente diferentes da que eu faço e era uma pessoa extremamente diferente da que eu sou hoje em dia.

Pois é. Logo depois que passei no vestibular, meu pai ainda morava aqui em casa, mas as coisas já não estavam tão bem assim. Então, com a ajuda da greve na UFPE que durou uns 6 meses e com a opção “2ª entrada” que eu escolhi no vestibular, eu resolvi começar a trabalhar.

Trabalhei por 2 anos na Riachuelo do Shopping Recife. Algumas pessoas mais próximas sabem que ainda hoje eu evito entrar pela porta principal (da frente) da loja, pois nós funcionários éramos proibidos de entrar pela porta da frente. Sempre achei isso um absurdo, mas regras são feitas para serem seguidas e até hoje, por força do hábito, eu tenho receio de entrar, até que eu me lembro que não sou mais um funcionário.

Eu trabalhava num departamento que, teoricamente, era pra ser um dos mais fáceis, o Crediário. Uma das minhas maiores diversões era atender um cliente muito chato e mal educado que durante o meu atendimento me tratava mal. Não, não é loucura. O que eu realmente gostava é que a maioria desses clientes tinha algum tipo de restrição no SPC e não eram autorizados a fazer o cartão ou tinha o seu cartão bloqueado por mim. Isso era a melhor parte. Dizer de uma forma educada: “Senhor, seu nome está mais sujo que pau de galinheiro! Vai dar calote em outra freguesia!”

Um caso engraçado ocorreu uma certa vez, a noite, quando um senhor extremamente grosso foi barrado no caixa tentando comprar aproximadamente R$ 1.000,00 em roupas. Quando o valor da compra era alto, os caixas precisavam de uma autorização nossa para liberar a venda. É claro que esse senhor estava tentando dar o calote e teve seu cartão bloqueado. Indignado, ele foi mandado em direção ao crediário. O funcionário do caixa já informou pelo telefone que não deixassem nenhuma mulher atender o tal senhor porque ele era muito grosso e poderia partir pra ignorância. Sobrou pra quem atender o senhor mal educado? Pra mim obviamente.

Ele já entrou no Departamento de Crediário fazendo escândalo e querendo ser atendido imediatamente. Eu, educadamente, disse que ele teria que esperar na fila como todos os outros clientes que estavam ali, pois ele não era favorecido pela má educação que tinha.

Após uns 10 minutos que ele ficou curtindo a sua raiva interior, de pé, na fila, eu finalmente o chamei. Ele disse meia dúzia de palavrões e jogou o cartão de crédito dele na minha cara e gritou: “Quebre essa merda! Quebre! Estou mandando você quebrar essa porra!”

Na mesma pose que eu estava, sorrindo e ouvindo aquele monte de besteiras acompanhada de um mar de saliva que saia da boca dele de raiva, eu peguei o cartão que estava caído em cima do balcão, limpei o meu rosto do cuspe que tinha caído em mim e disse: “Pois não senhor!” E prontamente quebrei o cartão de crédito dele em 4 pedaços.

Sem que ele pudesse se recuperar do susto que levou, pois não esperava que eu fosse quebrar o cartão dele, fui logo dizendo: “Posso lhe ajudar em mais alguma coisa? Caso contrario queira se retirar do meu guichê, pois o senhor está atrapalhando o bom andamento do atendimento aos clientes!” E logo fui chamando o próximo.

Ele se recuperou do susto dois segundos depois que eu o coloquei pra fora do meu guichê e começou a gritar pelo gerente da loja. Nessa hora, o meu chefe que era o encarregado do departamento que eu trabalhava, estava dentro da sala dele assistindo toda a cena pela parede espelhada que separava a sala dele no balcão de atendimento. Segundo me contaram depois (porque quem está do lado de fora não consegue enxergar o que acontece dentro da sala) ele estava dando pulos de alegria por eu ter quebrado o cartão do cliente.

Para a felicidade do cliente, eis que meu chefe vem falar com ele, e para a sua posterior infelicidade, meu chefe apenas repetia: “Meu funcionário fez EXATAMENTE o que o senhor pediu aos berros!”

Depois de alguns minutos, a conversa chegou ao ponto que o cliente estava chamando o gerente de “filho da puta” e ele com toda educação e sorrindo sempre, dizia: “Imagina senhor Fulano, filho da puta é o senhor, tenho certeza disso!”

Encurtando a história, o cliente foi convidado a se retirar da loja pela segurança e nunca mais voltou por lá.

Nesses dois anos de Riachuelo, eu trabalhei também durante muitos meses na parte dos anúncios da loja.

Se você entrou na Riachuelo nos anos de 2001 e 2002 e ouviu uma voz dizendo: “Prezado cliente! Aproveite a super promoção do nosso departamento masculino. Blusas manga longa por apenas R$ 29,90. Isso mesmo, blusas manga longa por apenas R$ 29,90. E você ainda pode dividir em até 5 vezes sem entrada e sem juros no seu cartão Riachuelo. Aproveite. Riachuelo faz seu estilo!”

Pois é... essa voz que vinha do além era minha.

Se eu me arrependo de alguma coisa? Não!

Conheci pessoas maravilhosas que me ajudaram muito a crescer e amadurecer como ser humano. Mas infelizmente o comercio não foi feito para pessoas como eu.

A lição que eu tirei de tudo isso?

Jamais chamo o gerente por motivos idiotas, pois odiava ouvir a frase: “Meu querido, chame o seu gerente por favor!” Mas brigo por todos os meus direitos, afinal ninguém gosta de ser passado pra trás.

Um abraço para todos do Crediário que trabalharam comigo. Saudades.