E eu continuo disfarçando o meu sotaque pernambucano pra ver se consigo me passar por paranaense novamente. É engraçado e as vezes eu me divirto MUITO com isso, imitando o sotaque daqui.
A história seria mais engraçada se fosse contada ao vivo, com o sotaque, porque as vezes, quando a gente lê um texto, não consegue captar algumas coisas que estão escritas como por exemplo, o sotaque. Mesmo assim vou contar...
Estava eu essa semana na igreja, pra marcar o batizado da minha irmã. Como todos aqui trabalham e eu sou o único vagabundo de férias, me colocaram pra resolver isso.
Quando cheguei na igreja, não sabia onde era a secretaria e fui falar com uma senhora que estava sentada na frente da sacristia.
EU: "Boa taRRRde! A senhora sabe me dizeRRR onde eu tenho que iRRR pra maRRRcaRRR o batizado?
SENHORA: "Boa taRRRRRRRRRde (com o R muito mais carregado do que o meu!) meu filho, é logo alí DE LADO (leia DE lado e não DI lado), com a secretária da igreja"
EU: "E como é o nome dela?"
SENHORA: "O nome dela é Maria, daí!"
EU: "Maria Daí? O nome da secretaria é Maria Daí?"
SENHORA: "É sim, daí!"
EU: "Ah! Tudo bem. Muito obrigado!"
SENHORA: "DE NADA!" (novamente com a pronuncia do "DE" bem típica)
Depois de alguns minutos que eu fiquei prestando atenção na conversa dos paranaenses, eu vim perceber que a palavra
"daí" é sempre usada no final das frases, como se fosse o
"visse" que os pernambucanos sempre falam.
Eu cheguei pra falar com a
"Maria Daí" morrendo de rir e a mulher não sabia o motivo.
Quando cheguei na secretaria disse:
EU: "Boa taRRRde! Eu queria marcar o batizado, daí!" (e caí na gargalhada!)
Acho que a mulher não entendeu nada, mas eu me diverti MUITO!
As vezes eu acabo deixando escapar alguma expressão do meu
"pernambucanês", sem querer...
Nesse mesmo dia, eu estava conversando com uma senhora bem idosa que estava na fila esperando pra falar com a
"Maria Daí", e ela estava me contando sobre a vida dela, que morava no mesmo bairro que o meu pai desde a década de 70, que tinha 5 filhos, que ia batizar a neta...
Eu fiquei o tempo todo disfarçando o sotaque e tentando me passar por paranaense. Num determinado ponto da nossa conversa, ela me contou que o irmão faleceu recentemente e eu soltei a seguinte expressão:
EU: "Eita, foi mesmo?"
E completei:
EU: "Oxe! Ele morreu de quê?" (com o sotaque bem pernambucano).
A mulher olhou com uma cara espantada e perguntou:
SENHORA: "Você não mora aqui, né? Você tá passeando, daí?"
E eu tive que me entregar. Fui desmascarado...
Mas eu vou me aperfeiçoando, daí!