Já faz tempo que eu quero escrever sobre esse assunto. Na verdade, eu tive essa idéia quando estava escrevendo a minha dissertação do mestrado, em 2007.
Antes de continuar meu post, eu devo explicar para alguns leitores do Miguio’s Blog como é criado e citado o nome científico. Para facilitar a minha explicação, vou me usar como modelo (pelo menos assim eu vou ser
“modelo” uma vez na vida).
Meu nome completo é Marcos Vinicius Meiado e desde que entrei na universidade e escrevi meu primeiro resumo de congresso, eu passei a ser conhecido para o mundo da ciência como:
MEIADO, M. V.
É fácil! O seu ultimo sobrenome é o que vale e todos os seus outros nomes e sobrenomes são abreviados, depois do seu ultimo sobrenome, na ordem que eles aparecem (acrescido do ano em que o trabalho foi realizado).
Então, pra ciência, minha dissertação defendida em fevereiro de 2008 é citada:
MEIADO, 2008.
Quando eu faço algum trabalho em parceria com mais um autor, por exemplo, a minha orientadora (Inara Roberta Leal), a citação desse nosso trabalho passa a ser:
MEIADO & LEAL, 2008. Por outro lado, se o texto for escrito por mais de 2 autores, apenas o nome do primeiro autor é indicado e todos os demais são agrupados numa expressão em latim (
et al.) que significa (pra facilitar a explicação) “
e seus colaboradores”.
Sendo assim, um trabalho feito por mim, pela Inara e pela Laura, por exemplo, seria citado:
MEIADO et al., 2008.
Continuando o post...
Durante o tempo que eu estava organizando a minha bibliografia e fazendo a fundamentação teórica sobre o tema da minha dissertação, me deparei com o nome de alguns pesquisadores que me chamaram atenção.
A minha primeira citação, exótica por assim dizer, foi de um pesquisador que se chama
HARRY POTTER.
Logo pensei:
Quem são os colaboradores do artigo
POTTER et al. 1984?
RONAND WEASLEY e
HERMIONE GRANGER? Bem que seria interessante um pouquinho de magia na ciência!
Um tempo depois, deparei-me com outro artigo que a citação era:
AGUILERA, 1998.
E o que passou na minha cabeça (enquanto eu cantava
Gennie In A Bottle)?
Será que a Christina Aguilera (cantora pop) alguma vez na vida trabalhou com Ecologia Vegetal?
Recentemente, estávamos lendo um artigo no laboratório que dizia (mais ou menos assim):
“... e as espécies foram classificadas de acordo com
DEUS et al., 2003.”
Claro! Perfeito! Quem mais podia saber o nome das espécies vegetais, senão o criador de todos as criaturas?
DEUS é o cara!
DEUS é a melhor pessoa para ser citada. Nele eu confio de olhos fechados!
Apenas gostaria de saber quem são os colaboradores (
et al.) de DEUS! Será que é a Trindade Santa? O Pai, o Filho e o Espírito Santo?
Conversando com outros amigos sobre o assunto, recebi mais exemplos engraçados.
Também na Ecologia, temos uma pesquisadora chamada:
CICARELLI, D. Isso mesmo! Daniela Cicarelli. Coitada dessa pesquisadora! Depois do escândalo mundial da Daniela Cicarelli na praia da Espanha, transando com o namorado ao ar livre, nenhum estagiário deve ter respeitado a tal pesquisadora. Ela certamente deve ter recebido e-mails engraçadinhos.
Saindo um pouco da Ecologia, temos outros exemplos engraçados na Fisiologia Vegetal.
Recentemente, fui convidado para avaliar o trabalho de conclusão de curso de um amigo e, por sorte, ele (o Bruno) não citou um trabalho que ele tinha comentado.
Já imaginava a frase: “A metodologia foi desenvolvida seguindo
PORRA et al. 2001!”
Porra! Citar
PORRA ninguém merece!
Ainda tem um pesquisador italiano que se chama
ETIALLI e quando publica com seus colaboradores, a citação vira:
ETIALLI et al.
E não posso deixar de citar o
MULDER (lembrado por Vivi), um pesquisador que tem o mesmo sobrenome do personagem principal da série “
Arquivo X”.
Bem, pra terminar, não posso deixar de me perguntar:
Será que
MEIADO não é tão estranho quanto os exemplos citados a cima?
Nessa hora, aquele ditado popular vale muito:
“Falem bem, falem mal, mas citem meus trabalhos!” (ou mais ou menos assim).