terça-feira, março 16, 2010

Idioma “brasilês”

Há alguns dias atrás, eu estava xerocando um documento e escutei uma senhora pedindo 5 cópias fotostáticas. Primeiro eu pensei que a tal senhora tinha saído da música "Tempo de Dondon", do Dudu Nobre.

"No tempo que Dondon jogava no Andaraí,
Nossa vida era mais simples de viver,
[...]
Rock se chamava fox,
E tiéte era moça fanática,
O que hoje se diz que é xerox,
Chamava-se, então, de cópia fotostática"


Depois de alguns segundos eu percebi, pelo sotaque, que a tal senhora era portuguesa e entendi porque ela não pediu 5 xérox e, sim, 5 cópias fotostáticas.

Na semana passada, durante a viagem de carro pra Recife, voltando de Parnamirim, nós estávamos escutando as músicas do MP3 da Kelaine e tinha uma música que ninguém conseguia reconhecer o idioma. Detalhe: a música era cantada em português (de Portugal).

Ainda nessa temática, mais recentemente, eu baixei o CD de um cantor chamado António Zambujo e quando comecei a escutar a primeira música ("Amor de mel, amor de fel"), eu já não consegui entender nem a primeira palavra que ele pronunciou. Comecei bem, né?

Eu entendi: "TAINHO um amor que não posso CONFISSAR"

O que ele canta é: "TENHO um amor que não posso CONFESSAR"

Definitivamente, nós não falamos, ou pelo menos não pronunciamos o mesmo idioma que nossos amigos de Portugal!

Incrível (por se tratar do mesmo idioma) é que pra conseguir entender o que o António Zambujo canta, eu preciso prestar mais atenção na letra do que quando escuto uma música em espanhol!

Já existe tanta diferença no próprio português do Brasil, o qual é falado nas diferentes regiões do país que eu acho que nós devíamos ter um idioma próprio!

Por falar nisso, alguém sabe me dizer o que significa a expressão "dar sujesta em alguém" que a Mart’nália canta na música "Boto meu povo na rua"?

"Pra te ganhar,
Dei sujesta em vagabundo,
Dei a volta pelo mundo,
Eu mergulhei fundo sem medo de errar"