Conflitos Internos
Queria que vocês estivessem dentro da minha cabeça pra conseguir entender todos os milhares de pensamentos que passaram por ela hoje, mas como isso ainda não é possível, vou tentar comentar algumas coisas.
Hoje foi a defesa da monografia de uma grande amiga minha, Renata Azambuja, que fez um trabalho lindo sobre “Ecopedagogia”.
Após assistir a apresentação da Renata (enquanto assistia, na verdade), comecei a pensar no quão diferente eram as nossas linhas de pesquisa.
O mais engraçado é que nós começamos juntos, no Laboratório de Fisiologia Vegetal, trabalhando com sementes e plântulas de pau-brasil.
Quando nós entramos no curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, fomos moldados para sermos bons pesquisadores e este conceito de “bom” está relacionado com o quanto você produz. Em outras palavras, o quanto você publica de artigos.
Antes de prosseguir, preciso lembrar uma célebre frase de um professor da UFPE que diz durante as suas aulas:
“Apenas 5% dos alunos dessa turma vão realmente ser pesquisadores! Os demais vão vender picolé na praia!”
Exageros a parte, ele tem razão! Poucos são os que fazem mestrado e doutorado e continuam exercendo o oficio da pesquisa. Isso tudo porque o nosso país não está preparado pra absorver um número tão grande de profissionais dessa área e a maioria acaba seguindo outro rumo.
Então, pra correr atrás do prejuízo e fazer parte desses 5%, nós começamos a trabalhar intensamente e nos dedicar aos estudos e às publicações.
Nos tornamos pesquisadores, alguns de renome internacional.
O que muitos esqueceram é que a universidade é formada por 3 pilares, que alguns chamam de tripés, que são: a Pesquisa, o Ensino e a Extensão.
E que danado é isso?
O artigo 207 da Constituição Brasileira dispõe que: "As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão".
Ensino, Pesquisa e Extensão constituem as três funções básicas da universidade, as quais devem ser equivalentes e merecer igualdade em tratamento por parte das instituições de ensino superior, pois, ao contrário, estarão violando esse preceito constitucional.
Com o nosso dinheiro, o governo financia as universidades que estão voltadas para a Pesquisa, desenvolvendo novos estudos e descobrindo coisas novas; Ensino, formando novos profissionais das diversas áreas e Extensão, fazendo com que este conhecimento chegue até a comunidade.
Pois bem, estes 5% não estão nem um pouco voltados para o Ensino e MUITO menos para a Extensão. A cabeça só está na Pesquisa, afinal nosso curso nos prepara para sermos pesquisadores de renome, como disse no início.
Isso, na minha opinião, é péssimo! E o pior de tudo é que eu só percebi agora. Agora que só sei ser pesquisador!
E o que mais me espantou hoje, na monografia da Renata, é que ela conseguiu abordar todas estas funções básicas da universidade e fez da sua Pesquisa uma inovação para o Ensino que foi facilmente aplicável na Extensão!
Acredito que a célebre frase do nosso professor devia ser alterada para:
“Apenas 1 aluno dessa sala vai conseguir entender o seu papel na universidade! Os demais vão ser pesquisadores ou vão vender picolé na praia!"
Passamos (nós, apenas pesquisadores) para a outra categoria! Junto com os vendedores de picolé...
Parabéns Renata! Você conseguiu! Emocionei-me com a sua emoção!
Hoje foi a defesa da monografia de uma grande amiga minha, Renata Azambuja, que fez um trabalho lindo sobre “Ecopedagogia”.
Após assistir a apresentação da Renata (enquanto assistia, na verdade), comecei a pensar no quão diferente eram as nossas linhas de pesquisa.
O mais engraçado é que nós começamos juntos, no Laboratório de Fisiologia Vegetal, trabalhando com sementes e plântulas de pau-brasil.
Quando nós entramos no curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, fomos moldados para sermos bons pesquisadores e este conceito de “bom” está relacionado com o quanto você produz. Em outras palavras, o quanto você publica de artigos.
Antes de prosseguir, preciso lembrar uma célebre frase de um professor da UFPE que diz durante as suas aulas:
“Apenas 5% dos alunos dessa turma vão realmente ser pesquisadores! Os demais vão vender picolé na praia!”
Exageros a parte, ele tem razão! Poucos são os que fazem mestrado e doutorado e continuam exercendo o oficio da pesquisa. Isso tudo porque o nosso país não está preparado pra absorver um número tão grande de profissionais dessa área e a maioria acaba seguindo outro rumo.
Então, pra correr atrás do prejuízo e fazer parte desses 5%, nós começamos a trabalhar intensamente e nos dedicar aos estudos e às publicações.
Nos tornamos pesquisadores, alguns de renome internacional.
O que muitos esqueceram é que a universidade é formada por 3 pilares, que alguns chamam de tripés, que são: a Pesquisa, o Ensino e a Extensão.
E que danado é isso?
O artigo 207 da Constituição Brasileira dispõe que: "As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão".
Ensino, Pesquisa e Extensão constituem as três funções básicas da universidade, as quais devem ser equivalentes e merecer igualdade em tratamento por parte das instituições de ensino superior, pois, ao contrário, estarão violando esse preceito constitucional.
Com o nosso dinheiro, o governo financia as universidades que estão voltadas para a Pesquisa, desenvolvendo novos estudos e descobrindo coisas novas; Ensino, formando novos profissionais das diversas áreas e Extensão, fazendo com que este conhecimento chegue até a comunidade.
Pois bem, estes 5% não estão nem um pouco voltados para o Ensino e MUITO menos para a Extensão. A cabeça só está na Pesquisa, afinal nosso curso nos prepara para sermos pesquisadores de renome, como disse no início.
Isso, na minha opinião, é péssimo! E o pior de tudo é que eu só percebi agora. Agora que só sei ser pesquisador!
E o que mais me espantou hoje, na monografia da Renata, é que ela conseguiu abordar todas estas funções básicas da universidade e fez da sua Pesquisa uma inovação para o Ensino que foi facilmente aplicável na Extensão!
Acredito que a célebre frase do nosso professor devia ser alterada para:
“Apenas 1 aluno dessa sala vai conseguir entender o seu papel na universidade! Os demais vão ser pesquisadores ou vão vender picolé na praia!"
Passamos (nós, apenas pesquisadores) para a outra categoria! Junto com os vendedores de picolé...
Parabéns Renata! Você conseguiu! Emocionei-me com a sua emoção!
2 Comments:
Eu acredito que alguns ainda conseguem cumprir a parte do ensino também além da pesquisa mas a extensão de fato é deixada de lado pela imensa maioria dos pesquisadores. Temos que nos esforçar para mudar isso!
Beijos, Vi!
LINDO POST... acho que vc ]tem ]toda razão, está na hora da gente acordar e ver quem paga a nossa conta na facul e o que damos em troca para estas pessoas!
bjosss
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