Pernambuco - 10 anos

Esse post era pra entrar ontem, mas devido a falta de energia eu só postei hoje.

Eu sei que é meio brega começar um post com a frase: “Parece que foi ontem...” mas é realmente é a minha sensação.

Hoje, completa-se 10 anos que eu moro em Pernambuco e eu posso dizer, sem medo, que esses anos me fizeram crescer bastante.

Sem sombra de dúvidas, alguns desses anos foram os piores da minha vida e eu realmente espero que eles não voltem mais. Mas, de uma forma geral, eu fui muito feliz por essas terras.

Muita coisa boa aconteceu na minha vida. Foi aqui que eu fui bem recebido, fiz amizades incríveis e inesquecíveis. Aqui também que eu me formei biólogo e, graças a esse diploma, eu não vou parar numa cela comum no Aníbal Bruno (nome do presídio local) se eu cometer algum crime.

Ainda me lembro do dia 12 de abril de 1997, quando viajamos. Eu desembarquei no aeroporto aqui em Recife muito chateado. Até hoje eu odeio a música “Mila” do Netinho, pois foi a primeira música que eu escutei quando desembarquei. ODEIO essa música! Se eu pudesse, mataria a tal da Mila.

Nos primeiros anos aqui em Recife, eu estava no colégio. Achei tudo muito diferente, pois estudava num colégio particular, coisa que nunca tinha acontecido anteriormente no Paraná onde eu sempre estudei em colégio publico. O Colégio Coração de Maria era ótimo. A coordenadora conhecia todos os alunos. Éramos no máximo 20 alunos na sala da 8ª série e todos se conheciam desde o jardim da infância praticamente.

Nos anos seguintes fui estudar no Colégio Especial e nesses anos lá desenvolvemos técnicas ultra hight-tecs pra filar nas provas. Tecnologia digital. Até provas dentro do caminhão do lixo nós roubamos. Era divertidíssimo. Minha meta era estudar muito pra ajudar os meus amigos que não queriam estudar.

Isso teve um ponto positivo na minha vida. Passei no vestibular na primeira tentativa. E na universidade foi onde tive meus melhores momentos, os mais felizes. Sou muito feliz fazendo o que eu faço, embora as vezes eu mesmo desconfie disso e me force a acreditar no contrário.

Uma das coisas que eu mais gosto aqui em Recife é o idioma local, o pernambuquês e o sotaque, é claro. Muitas palavras que eu aprendi aqui, atualmente já fazem parte do meu vocabulário constante, principalmente as expressões de espanto como “Oxe!” ou “Vôti!” ou ainda “Tá ca bobônica!” e as confirmações muito usadas por Patrícia “Vú mô véi”. Agora já estou acostumado quando escuto uma pessoa na rua gritando “Macaxeeeeeira!”. Já não penso que é um espirro e digo “Saúde!” como já aconteceu algumas vezes, logo quando me mudei.

Enfim, 10 anos que eu vou guardar na memória por toda a vida e querer repetir as vezes que cantei Say You’ll Be There na casa de Danielle Noll, assistir os shows com a cara a 5 cm da televisão na casa da Anne Evellin, voltar caminhando e conversando potocas com Virág, passar uns dias na casa de Vivi’s Lira em Itamaracá, comer churrasco na casa de Bruno e Paloma, ir no cinema com Vicky e Gláucia, enfim... todas essas coisas que me fizeram muito feliz nos últimos anos aqui em Pernambuco.